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domingo, 8 de julho de 2012

A história do meu herói

Peter Pan.

Aquele da terra do nunca.
Aquele que não quer crescer.
Aquele dos sonhos infantis.

Finalmente conheci Peter Pan. Mas, percebi que na vida real ele não parece tão glamoroso.
Obeso, corpo curvo, sofre de pressão alta, sedentário, semi-analfabeto, praticamente um viciado em álcool, sem emprego fixo, vive de bicos, ostenta pouquíssima cultura, talvez aquela da tevê, sem nexo que o valha...Sonhador ao extremo e assim como o outro se nega a crescer... Progredir, ir adiante, decolar com a vida.
Casado pela segunda vez com uma mulher de programa ou da vida, como queira, ela confessa, muitas vezes, na cama de outros, que o ama, mas o "dinheirinho" que ele ganha, não é suficiente para mante-los, por isso  continua nas ruas,despida de orgulho, violada, mau trajada,desguarnecida pelas mãos do herói salvador.
Tem alguns filhos perdidos pela vida afora, fruto de outras uniões igualmente fracassadas, morre de medo de ser preso pela falta de pagamento da pensão alimentícia. Ah! Esta lei pegou.
Conhece com propriedade de causa a lei maria da penha. Ah! Esta está pegando.
Isso, noutro caso, noutro dia, pediu perdão, humanidade de herói; Se arrepende disso.
Quando finalmente o dia amanhece meu herói sorri, conta piadas, dedilha um violão, faz churrasco com outros iguais, confraterniza, enfim, contrariando a lógica da desgraça anunciada,  presente,  impregnada na derme, na alma.
Na vida real  heróis, sequer, pode se dar ao luxo de morrer de tristeza; Mesmo que, algumas vezes, deseje, mesmo que precise ou implore.