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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

(...) Frases feitas

"Olho por olho, dente por dente(...)."
"Se baterem de um lado, ofereça o outro(...)."

Nem um, nem o outro; Ainda acredito que a paz é o melhor caminho, incondicionalmente.
Ainda acredito que um segundo bem pensado pode valer uma vida. No transito(...), no bar(...), no lar(...), em qualquer lugar.
Porem! E aí que mora o perigo, meu lado ruim insiste em existir, embora eu não queira, sou humano e esta humanidade deteriorada pulsa em mim, latente, esquartejante, nutrindo vergonhosamente do profano, do mundano e do imoral até certo ponto.
Permito as vezes, só as vezes, deliciar-me com a vingança ( Alheia) talvez culpa de um passado herdado de nação servil, colonizada, prostituída; Me revolto com a posição de domínio do mandar sem respeito, sem fraternidade, sem prestar devida dignidade a quem serve.
(...) Sorrio; Sorrio incontrolavelmente com a mão na boca.
O mal educado, come lanche com recheio duvidoso.
O manobrista, solta gases no carro do granfino que grita.
O garçom acrescenta água especial ao drinque do arrogante.
O funcionário humilhado ocasiona visita de fiscais ao empregador.
A vendedora oferece corte inferior a cliente desajustada.
Aquele carro locado com ruídos e ar quebrado,vai para o chato.
A pergunta final, talvez seja...Será que já usou serviços duvidosos?
Reveja sua postura: talvez, quem sabe, começar por desejar um bom dia verdadeiro ao seu porteiro, padeiro, motorista, pai, mestre, irmão, vizinho...
Ah! Então, se não é de você que sorrio...Que bom! Fique em paz!

(...)Frases feitas.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Conflito de culturas

(...) Nunca com a mesma harmonia do cantar dos pássaros,  mas, ainda assim, carregando uma certa dose de euforia artificial, o chilrear musicado do windows, me acorda para mais um dia.

Existia uma comunidade indígena que viviam intocados na floresta amazônica.
Conhecidos como povos limpadores, eles eram venerados e admirados por todas as tribos vizinha.
Diferenciaram e ganharam notoriedade e respeito por esta característica, nada peculiar, entre os demais povos da floresta.
Tudo o que eles tocavam, ganhava o brilho da limpeza e da higiene. Isso era qualidade, notoriedade, diferencial em nosso mundo, no deles era apenas respeito e paz.
Um dia veio da cidade alguns homens brancos, a evolução é fato inevitável, trazia na bagagem, espelhos e "cultura superior", além de hábitos superiores.
A única coisa que os indígenas hospitaleiros realmente faziam questão de oferecer  aqueles seres estranhos, era o que eles tinham de melhor. A limpeza e a higiene.
Tudo ocorreu extremamente bem, gentilezas de ambas as partes, milênios de história se juntando pacificamente. Dois povos interagindo com cumplicidade e atenção.
Na despedida, fazendo-se as devidas honras da partida, o chefe da tribo perguntou, ansioso, ao visitante mestre, o que achara de sua gente.
- Tirando a questão da limpeza e da falta de higiene, comum a povos primitivos (ar de professor) o resto é louvável.
Os povos indígenas comeram  todos eles, num ritual banhado pela luz do luar, a festa durou até o amanhecer, quando acabaram o banquete, ainda de barriga cheia, constataram que muitos, como estes, também viriam, mas, cumprindo o ritual, deixaram a oca e os arredores toda higienizada dos restos.
Pois eram sim: os povos limpadores da floresta.

domingo, 28 de outubro de 2012

Humildade é para os fracos...

...Todavia, poucos podem se dar ao luxo de viver o glamour da arrogância.

Viu Ani. Aninha fora a garota de seus sonhos, do sonho de todos os meninos de sua idade, no colégio.
Lembrava, que ela tinha o sorriso da lua, assim ele a chamava, em pensamento, por causa do brilho radiante que emanava de sua boca provocante, de seus dentes alvos, clareando tudo, ofuscando a luz do sol.
Ela transpunha a realidade e o conduzia para um mundo irreal,  juventude exacerbada, de cores e corpos lascivos em transformação...Quente...Quente.
Humilde, sempre caia em si.
Humilde, se situou no tempo.
Humilde, quem era ele agora.
Havia muito não se reconhecia, aliás, nunca se permitiu achar. Buscava fôlego, que trazia para o fundo do peito apenas o necessário para sustentar a vida de pé. Nunca fora homem de excessos.
Baixou a cabeça, fez que não a tinha visto. Somente assim poderia manter a continuidade de uma vida medíocre.
Ani, era importante demais para entendê-lo, com ela, seguramente, alguma coisa sairia do controle.
Sentiu à suas costas olhos de interrogação que o acompanhavam, até dobrar a esquina, até mudar o rumo, até sumir de vez.
No último encontro também foi assim.
Humilde, desapareceu.
Humilde, fugiu da possibilidade de não ter a vida sob controle.
Humilde...Ele era humilde.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Luz verde penetrante no ambiente ( Tema recorrente )

Dois caras vendo tevê. Bebendo a cerveja do merchandising da novela.
Cara um: Eu odeio a Rede globo de televisão.
Cara dois: Sê tá louco! É tão legal! Porque?
Cara um: Porque ela me obriga a ficar em casa todos os dias, neste sofá emburacado, vendo novelas.
Cara dois: E isso é ruim? Porque você não sai com sua esposa...Comer uma pizza, restaurante...Sei lá...Viagem, distrair.
Cara um: Sê tá louco! Comer pizza! Restaurante! Se minha mulher ouvir isso eu estou morto,ela não pode engordar, quer ficar com o corpo da Thais, da novela das nove.Quanto a viagem, só se for em uma ilha deserta, com o ator Fábio Assunção da novela das sete.
...( Silêncio ) Ninguém queria perder a novela.
...( No Intervalo ).
Cara um: ( Refletindo ) Porque será que as pessoas pedem para viver cem anos, e se entediam com um terço disso?
Cara dois: Fica quieto e assiste, com a ajuda prestativa da novela, a gente aguenta.
...( Silêncio ).

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Arfada ( Silêncio contido )

Trajado de mim, possuindo me como roupa, uma sombra pálida, escapa do lugar comum e se funde a poeira contaminada da rua parcamente iluminada.
Somente eu me percebo ali, misturado aos dejetos triturados dos cães, quase indissolúvel.
Quero desvencilhar da inglória virtude do solo. Impossível.
Então, não padeço de tristeza, angustia, dor, ódio... Destituído de qualquer sentimento destinado aos dignos; Definho envergonhado num silêncio contido, misterioso... Mortal.
Sigo...Carcamano na primeira pessoa, tentando entender a vida.


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sintonia

Enquanto o mundo gira em sua rotina pré-programada, comportamentos se transformam, tomam novos rumos, sugerem novos propósitos. Atitudes vitais se tornam obsoletas.

Alimentação, grande problema do passado.
Relacionamentos, esbarrar eterno, carente de sintonia.

- ( Filho, aflito. ) Estamos com problemas, pai.
- ( Pai, aparente calma.) Diga!
- Mamãe disse que nosso suprimento de arroz chegou ao fim e lá no roçado, a safra deste ano, mal está granada, os grãos amadureceram a poucos dias e ainda não é possível cortar, secar e beneficiar. Isso leva tempo e depende do clima,do sol, que não quer ajudar,o senhor sabe como é.
- Você acabou de dizer que os grãos estão maduros?
- Sim! Estão.
- Vamos até o campo, cortamos os cachos de arroz maduros, secamos eles no fogo, mexendo nos tachos, beneficiamos no pilão e o nosso problema imediato e crítico, estará resolvido.
O pai, velho, sábio, tranquilamente virou as costas, pegou o cutelo ( ferramenta curvo, cortante. ) saiu, o filho ficou extasiado à admirá-lo.
Talvez...Fossem bons tempos aqueles.
Sempre alguém espera serenidade nas questões adversas, quando jovens imaturos sobreviviam e tomavam parte das decisões beneficiados pela parceria e auxílio dos pais, isso nunca os impediu de progredir, amadurecer. Mas, os fazia crescer com rumo, coroar-se de ética, amor ao ofício e responsabilidade.
Hoje, no girar condescendente do planeta azul, talvez, ainda continuamos crescendo beneficiado e guiado pela parceria dos pais, alguns.
Contudo, sabemos que muitas cabeças  desviam ou são desviadas antes do fim do percurso.Antes da missão completa.
Isso, porque sem uma razão social que as avalize, atitudes vitais se tornam obsoletas.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Socorro! Eu não quero ser rico.

Agora somos, de fato, brasileiros emergentes.
Candidatos, quem sabe, a novos ricos.

Cravo aqui, as implicações de se viver a pungência de uma nova era social. Minha era. Sua era. Fruto,sim de nossas amargas conquistas.

Ser próspero, não precisa significar, entupir suas artérias de gordura, pelo simples fato de poder comer carne de primeira, quatro vezes por dia, sorver o tão sonhado iogurte  e refrigerante ao invés de água, frequentar o Cacau Show e o MC Donald´s de segunda a segunda,  preferir churrasco a almoço, sempre, esquecer o passado das pinguinhas com dinheiro contado e se filiar a Ambev ( cervejaria ), diuturnamente. Ir de carro até o vizinho da frente, orgulhar-se de seu filho de sete anos fazer aula de violão,música, inglês, praticar natação, karatê, futebol, aula de arte, dança...
Lamentar por não ser o único a ter tevê 3d com assinatura de pacote completo, internet mega rápida, Blue- ray, GPS, Microondas com Grill, móveis planejado, forno plano com coifa de inox e ir para a praia diversas vezes ao ano.
Me recuso a falar dos carros, das roupas, das compras no exterior,das casas, mega casas para três.

A realidade da boa condição financeira é muito intensa,desafiadora, uma delícia, mas leva algum tempo para se acostumar e poderá seguramente nos levar tanto para o céu, quanto para o inferno.Se eventualmente subir alguns degraus e infartar. Boa viagem e que qualquer força onipotente tenha piedade da nossa alma ascendente...Tchau!
Vou tomar um energético, comendo batata chip´s de latinha, assistindo minha tevê de 60".







domingo, 8 de julho de 2012

A história do meu herói

Peter Pan.

Aquele da terra do nunca.
Aquele que não quer crescer.
Aquele dos sonhos infantis.

Finalmente conheci Peter Pan. Mas, percebi que na vida real ele não parece tão glamoroso.
Obeso, corpo curvo, sofre de pressão alta, sedentário, semi-analfabeto, praticamente um viciado em álcool, sem emprego fixo, vive de bicos, ostenta pouquíssima cultura, talvez aquela da tevê, sem nexo que o valha...Sonhador ao extremo e assim como o outro se nega a crescer... Progredir, ir adiante, decolar com a vida.
Casado pela segunda vez com uma mulher de programa ou da vida, como queira, ela confessa, muitas vezes, na cama de outros, que o ama, mas o "dinheirinho" que ele ganha, não é suficiente para mante-los, por isso  continua nas ruas,despida de orgulho, violada, mau trajada,desguarnecida pelas mãos do herói salvador.
Tem alguns filhos perdidos pela vida afora, fruto de outras uniões igualmente fracassadas, morre de medo de ser preso pela falta de pagamento da pensão alimentícia. Ah! Esta lei pegou.
Conhece com propriedade de causa a lei maria da penha. Ah! Esta está pegando.
Isso, noutro caso, noutro dia, pediu perdão, humanidade de herói; Se arrepende disso.
Quando finalmente o dia amanhece meu herói sorri, conta piadas, dedilha um violão, faz churrasco com outros iguais, confraterniza, enfim, contrariando a lógica da desgraça anunciada,  presente,  impregnada na derme, na alma.
Na vida real  heróis, sequer, pode se dar ao luxo de morrer de tristeza; Mesmo que, algumas vezes, deseje, mesmo que precise ou implore.



quarta-feira, 2 de maio de 2012

Izabela do cabelo multicor e das múltiplas facetas


Quando conheci iza, Pensei que fosse bela. Izabela. 
Que era apenas iza mesmo.
Nunca pretendeu ser mais que ela. Izabela.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O quadrado que reluzia, e aos meus olhos hipnotizava

Gerações foram e serão criadas nos braços da tevê, ela faz parte da minha educação e da sua também.
Portanto, negando ou não, uma porção poderosa do que te compõe, bom ou ruim, se deve em parte a ela.

 A minha homenagem.

A alguns anos atrás, ouvimos cientistas afirmarem, categoricamente, que não existe nada sobre a face da terra mais chamativo para os ouvidos humanos do que choro de criança. Este som, alerta nossos sentidos, desatento, para o rebento que pede socorro. Isso é natural. Isso é a natureza nos nutrindo de armas para a vida.
Porém, durante anos, bebês choraram e os pais não ouviram. Estavam ocupados demais assistindo ou discutindo questões levantadas pela tevê.
Em poucos anos, impérios ascenderam ou decaíram; Tudo palidamente noticiado pelo quadro brilhante, exposto no altar da sala, reverenciado por zumbis atentos e obedientes.
O império da tele-mãe, nunca ruirá, sólido feito rocha, inabalável... Pensando bem! Espere.
Oh! Meu Deus! Surgiu no horizonte uma inimaginável segunda opção. A internet (* Leia-se redes sociais,etc...).
Não que eu seja contra um e a favor do outro, claro que aceito o fato de que qualquer um dos dois pode agir como desagregador ou agregador do ambiente familiar, dependendo do contexto em que se insere ou do mau uso que se faça deles.
Inegável, isso sim, é a certeza de que a tecnologia quebra qualquer paradigma.



quarta-feira, 11 de abril de 2012

Homens de segunda

Relações.

Homens na segunda são tão ternos! São tão conscientes da situação de vítimas de si próprio; Capazes até de pedir perdão.
Homens na segunda, além de sêmen, cheiram a álcool e pólvora amanhecida.
Homens na segunda, se envergonham das mãos sujas de lama. Se preciso mandam flores. Até dizem:- "Eu te amo". Mas! Atitude de homem, ninguém esquece.
Homens na segunda, negligenciam a terça, a quarta, a quinta e a sexta feira para viver intensamente os dois dias seguintes...E fazer tudo de novo...Até a próxima segunda. 

terça-feira, 3 de abril de 2012

Relacionamento ( Além de você )

Desapego.
Quando o amor simplesmente não basta.

Preciso ir além de você. Preciso para viver. Preciso ter certeza que após este ponto talvez exista alguma razão que lembre EU, mesmo que pequeno, ainda que diminuto, insignificante. Deparo portanto com um ser enfraquecido e carente pela busca eterna de soluções simples, que não me exige, então novamente me sujeito a respostas suas. Sempre suas. E nunca suas respostas, as mesmas,  me acrescentam ou elevam. Voltamos de novo ao nada do começo. Estar com você é estacionar no térreo eternamente.

terça-feira, 27 de março de 2012

Relação de consumo ( Desculpe! Mas ainda não serei dócil ou razoável. )

I- Homens de negócio:- A mercadoria.
Entenda! De você, eu só desejo uma única coisa... Seu DINHEIRO; Cubra logo seu sexo e leva esta sua insignificância para o mais longe possível de mim. No dia que eu quiser, no instante que desejar, ao meu dispor, ao meu comando, sob minha ordem; Você aqui estará novamente e de joelhos, implorará meu agrado, implorando pedirá mais sexo, eu darei, darei o quanto quiser, somente para te humilhar, para que você nunca se esqueça que sou um mau necessário em sua existência hipócrita, suja, sem sexo, você não é, nunca foi, e jamais será alguém.

II- Homens de negócio:- O mercador.
Entenda! De você, Eu só desejo uma única coisa... Seu SEXO; Apanha logo este dinheiro e leva esta sua insignificância para o mais longe possível de mim. No dia que eu quiser, no instante que desejar, ao meu dispor, ao meu comando, sob minha ordem; Você aqui estará novamente e de joelhos, implorará meu agrado, implorando pedirá mais dinheiro, eu darei, darei o quanto quiser, somente para te humilhar, para que você nunca se esqueça que sou um mau necessário em sua existência hipócrita, vazia, sem dinheiro, você não é, nunca foi, e jamais será alguém. 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Infância ( Nunca neutra )

Infância feliz.
Tem cor de nódoa, mancha, de bananeira na camiseta rasgada e suja.
Infância feliz.
Tem repulsa a cheiro de merda seca, curiosamente, revirado com pau.
Infância feliz.
Além de punheta, tem cores e gostos que adultos esqueceram ou negligenciam por dinheiro.
Infância feliz.
Relembra, agora, um interruptor desligado num cérebro que definha.


quinta-feira, 8 de março de 2012

Reflexos ( ...Do silêncio que precede lágrimas )

Sob os raios de sol dum setembro ímpar.

Ela entrou... Postou-se diante de mim.
E eu ali parado.
Seu semblante era calmo, percebi.
E eu ali parado.
Sua boca abriu-se calmamente num suspirar lascivo.
E eu ali parado.
Você nunca poderia ter feito isso comigo, disse.
E eu ali parado.
Você sempre soube o quanto eu te amei.
E eu ali parado.
Foi leviano e inconsequente.
E eu ali parado.

A proximidade, permitia que eu sentisse o cheiro doce de seu hálito quente, e o pulsar delicioso de sua carne firme.Tantas vezes...


Esbraveje... Justifique-se... Grite... Xingue, mas em nome de Deus, fale algo.
E eu ali parado
Que droga ! Faça qualquer coisa, um sinal, um gesto.
E eu ali parado.
Personalidade forte, num composto de mulher incomum, indecifrável.
E eu ali parado.
Por favor! Então, apenas diga que me ama, eu juro, esquecerei tudo. Mudou o tom.
E eu ali parado.
Você tem cinco segundos. Engraçado isso, porque é sempre cinco segundos e não dez ou vinte, sei lá. Agora estava decidida, irreconhecível.
E eu ali parado.
Esta porta se abrirá, por ela eu passarei, e por fim, quando finalmente ela se fechar as minhas costas, não me verás nunca mais.
E eu ali parado.
Eu a conhecia bem demais para entender que falava a verdade. A porta abriu e fechou-se.
E eu ali... Parado.














segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A separação ( Se não falo de amor... )

Limitou-se a dizer somente Adeus. Um Adeus demorado e melancólico como o trem que some trepidante numa curva qualquer. Um Adeus frio e comum feito a neve solitária e provisória na sua cor única, imutável. Um Adeus para sempre. Um Adeus de dar dó.
O rápido girar dos ponteiros do relógio, coordenava, mandava, ditava-lhe os passos, metódico, cambaleante ante a vida.
O coração descompassado, palpitante, assemelhava-se ao desconforto de uma corrida impensada, impropria.
Queria fugir para além do visível dos olhos, longe dali, ultrapassar e dar as costas para aquela sensação de nó na garganta que o fazia perder o fôlego, como se fugir, verdadeiramente, fosse possível.
O brilho intenso, molhado, das gotas de suor em sua testa fria, miravam o sol, poderoso e indiferente, refletindo feito diamantes virgens, intocados, daqueles que iludem por um breve instante e se dissipam rapidamente. Levando consigo, do todo, alguns.
Brilho falso. Feito jura de amor eterno em noites de carnaval.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ainda é cedo ( Relacionamento )

Que todos os toques sejam leves e dosados usando a proporção de quem ama.
Que pontos de vista sejam aceitos ou não e só.
Que corpos sejam considerados verdadeiramente tão frágeis quanto papel e não simplesmente belos e descartáveis por acaso.
Que todos ousam quando ossos gritam e parem desculpando-se de maneira franca.
Porque ainda é cedo para dizer Adeus Eternamente.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Na calada da noite ( vida íntima ).

Na calmaria dos cachorros ou não. Quando maridos bêbados, lançam suas esposas, sonolentas, na parede.
Quando velhas, de idade ou de desgosto, senhoras e moças se benzem ajoelhadas. Quando camas mal calçadas, balançam no ritmo do sexo cúmplice, roubado, trocado, massante ou surpreendente. Quando ladrões escalam, suas, cercas lucrativas com o peso do chumbo na cintura e idéias desgraçadas na cabeça.
Salve a noite e seus mistérios. Mistérios da noite calada, indiferente, egoísta, muda... Nunca, nunca cega.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Pensamentos mundano confrontando o silêncio da alma

 Minha alma estarrecida, num silêncio mortal, necrosou, tornou-se alma de pele sem vida, gelada feito cadáver.
 Agraciado pela pena que envolve o fato, descobri. O sossego da alma é o suicídio do corpo e todo o resto;  Desejo, na verdade, é a compulsividade do inconvencional, pulsando aprisionado dentro de mim, igual a marteladas sequenciais, em um sino, me norteando para o desconhecido. Empurrando sem freios.
 Anseio pelo desconforto viscoso da lama que banha meu corpo, despreparado para o novo que apavora, redesenhando, renovando, desbravando.
 Busco a razão para me arrepender, sem ter que pedir perdão pelo impensado, rasgado ou prensado de propósito.O marasmo da alma cansada se dissipou, verdadeiramente! Agora a vida recomeça, mundana, periférica, suburbana, num ritmo frenético, surpreendente, feito erva daninha em solo fértil, igual a carros em grande metrópoles, feito gente na cochinchina ou Dollar no bolso do Bill Gates.
 É minha vida! Vida minha... Que eu a tenha! Para meu conforto egoísta e a paz dos humanos cegos que agonizam ao meu lado.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Liberdade e senzala

Ser obrigado a levantar cedo,todos os dias úteis da minha vida, me entristece.
Vestir,locomover,beber e alimentar minha família,me alegra.
Compartilhar da ideia de que só é útil os dias trabalhados,me entristece.
Nunca ter perdido a hora,me alegra.
Ser responsável pela covardia de jamais ter ousado contrariar o sistema,me entristece.
Saber da importância da companhia de amigos leais na vida,me alegra.
Encontrá-los somente em ocasiões extremas,como o velório de um ente querido por exemplo,me entristece

Questionar as facetas do comportamento, social, do homem,me faz feliz e infeliz.Nunca inteligente ou sábio!

Definitivamente a vida,social, é bipolar!Vagando vadia no extremo dos dois polos desta razão infundada.
Ou seria um jogo?Onde fazer parte disso,mais do que tudo, já é o  prêmio.